Alguns até já têm imóvel próprio, mas adiam saída da casa dos pais por questões financeiras ou pessoais.
Alguns até já têm imóvel próprio, mas adiam saída da casa dos pais por questões financeiras ou pessoais.
Quem é ou foi jovem e não desejou um dia ter o seu cantinho próprio para morar?
Esse é um desejo que começa cedo por volta dos 21 anos de idade. Porém, cada vez mais os jovens têm aberto mão da tão sonhada independência para continuar morando com os pais por mais tempo.
Segundo dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio – divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, estes jovens, que tem entre 21 e 30 anos, representam quase 70% do total das ‘famílias secundárias’ existentes no Brasil.
São pessoas que atingiram idade para compor um domicílio independente, ou até já constituíram uma nova família, mas continuam dividindo o mesmo teto que os pais. A maioria deste grupo, cerca de 87%, encontra-se em áreas urbanas.
Ainda segundo a pesquisa, a falta de recursos financeiros é o principal motivo para a coabitação familiar (55%). Já quase 38% admitem adiar a saída da casa dos pais por vontade própria; 3% alegam motivo de saúde; e 4%, outros.
Entre os jovens urbanos, os mais dependentes são aqueles que têm entre 18 e 21 anos: representam 43% dessa população que ainda permanece na casa dos pais. Aqueles que têm entre 22 a 25 anos representam 32% desse universo; e 25% dos que adiam a saída para a casa própria têm entre 26 a 30 anos.
Ciclos de vida x demanda habitacional
Em geral, decidir-se por sair da casa dos pais é algo que tem a ver com ciclos de vida, ou seja, se a pessoa vai se casar, ter filhos, etc..
Mas, segundo Adriano Tavares, gerente administrativo da PDCA ENGENHARIA, empresa uberlandense que tem em seu histórico mais de 12 mil casas construídas e comercializadas através do Programa Habitacional Minha Casa Minha Vida, existem aqueles que adquirem renda cedo, investem em um imóvel antes dos 30, mas não saem efetivamente da casa dos pais. Geralmente, estas pessoas alugam o imóvel ou o tem como apoio.
É o caso de duas pessoas que preferiram não se identificar nesta matéria. Uma delas é uma mulher, empresária (30 anos), que já tem imóvel próprio (alugado), e continua morando com os pais. “Em função das demandas de trabalho hoje serem grandes, minha opção foi continuar na casa dos meus pais pela comodidade”, afirma T.R.
O outro também é empresário, tem imóvel próprio (que usa como apoio), mas vive com os pais. “Ainda não me mudei definitivamente por questões financeiras, mas pretendo fazer isso logo”, diz M.B.
Para o gerente da PDCA ENGENHARIA, o setor imobiliário precisa acompanhar as tendências. “A população jovem necessita de uma oferta habitacional variada, a preços acessíveis, que atenda às suas necessidades de moradia, mas que lhe confira flexibilidade para mudar, seja em busca de emprego e/ou educação”, analisa Tavares.
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