Especialista comenta o assunto e dá dicas de qual caminho seguir para não desequilibrar as contas.
Especialista comenta o assunto e dá dicas de qual caminho seguir para não desequilibrar as contas.
Mal acabamos de organizar o orçamento familiar com as contas do início do ano, como IPVA, taxa de licenciamento, seguro obrigatório, matrículas de escolas, IPTU, e chegam as férias escolares de julho.
Com isso, ao mesmo tempo em que algumas despesas podem diminuir, como custos com transporte escolar ou combustível, por outro lado, o aumento com lazer, passeios, lanches é quase certo. Mesmo as famílias que não viajam, acabam procurando meios de entretenimento para as crianças ou adolescentes.
Desse modo, como fazer para manter o equilíbrio das contas? Quem responde à pergunta é Karoline Cinti, planejadora financeira, consultora de negócios e sócia-fundadora da Mentory, empresa de Uberlândia (MG) especialista na área.
“Além das despesas extras, é preciso dar atenção para a renda familiar desse período. Para os pais que são autônomos, por exemplo, e decidem viajar com os filhos, ou mesmo reduzir a jornada de trabalho para passar mais tempo com eles, é possível que isso reflita numa diminuição das receitas. Aí, não tem mágica, é preciso que os pais empresários ou autônomos, criem suas próprias remunerações extras por meio de um esforço maior de poupança durante todos os meses do ano”, orienta a planejadora financeira.
Já com os pais que são empregados, há também uma particularidade em sua remuneração, para aqueles que vão tirar o período de férias. “Quem trabalha sob o regime CLT, tem direito a 30 dias de férias remuneradas, a cada 12 meses trabalhados. A pessoa recebe o salário normalmente, mais um adicional financeiro de 1/3 da remuneração. Ao contrário do salário, que recebemos após o mês trabalhado, recebemos o valor referente às férias antecipadamente. O risco aqui é os pais comprometerem todo o valor com passeios e viagens, e esquecerem de reservar a quantia necessária para as contas comuns do mês seguinte”, alerta Karoline.
Por onde começar?
Para os pais que ainda não se organizaram para estas férias, a dica é começar pelo orçamento, levantando qual a previsão de receitas, e depois deduzindo as despesas do mês, desde as contas fixas (aluguel, condomínio, energia, telefone, atividades, reservas financeiras, etc.), até a estimativa de gastos com alimentação, transporte e farmácia, dentre outros.
“Lembrem-se de verificarem as parcelas no cartão de crédito com possíveis compras de vestuários, presentes, eletrônicos… Veja então se há sobra. Esse resultado, seria um primeiro valor disponível para planejar as férias deste ano. Se o valor disponível não é suficiente para as férias do seu sonho, aproveite para se organizar para as próximas férias. Quando fica claro o que queremos, quando, onde, como e porquê, serve de motivação para estabelecermos metas de gastos, reduzir desperdícios e ainda fazer mais dinheiro”, explica a planejadora.
Segundo a especialista, quando falamos de planejamento financeiro, não tem jeito, o ideal mesmo é planejar o ano inteiro. “Essa sensação de estar sempre com o orçamento apertado, é porque tratamos cada mês de forma isolada, e não como parte de um todo. Quando projetamos o ano inteiro, incluindo todas as receitas e despesas, conseguimos ter um olhar mais amplo, compreendemos melhor as entradas e saídas, receitas sazonais, despesas rotineiras e temporárias, comportamentos de consumo, além de como um mês reflete no outro. Não dá para organizar as férias da família um mês antes, ou na hora!! O risco de endividar e levar parcelas no cartão para o restante do ano, é grande. Devemos começar agora, o planejamento das férias do ano que vem”, enfatiza.
Identificando expectativas, projeções e reais necessidades
Para Karoline, planejar férias envolve observar a si mesmo e aos outros, usar a criatividade e também nossas conexões. “É essencial que os pais olhem para suas necessidades e desejos em relação às próprias férias e às dos filhos e, principalmente, separem suas próprias expectativas das crianças. É muito comum projetarmos nossas vontades no outro. Muitas vezes, quem tem o desejo de realizar “aquela viagem” são os pais, não os filhos. Crianças querem presença, atenção e brincar, não importa se a aventura é no quintal da avó. Por isso, os pais precisam olhar para si mesmo primeiro, e depois para as necessidades do casal. Eu preciso descansar? Eu preciso trabalhar? Eu quero passar mais tempo com a minha família? Eu e meu parceiro queremos um tempo só nós dois, namorar? Sair de casa? Curtir a casa? Por que não dividir as férias em duas ou três: o indivíduo, o casal e a família? Quando olhamos para nossa necessidade, aí sim conseguimos estar inteiro para o outro”, sugere.
A realidade em relação às férias varia de família para família, de acordo com seus contextos de vida, profissão e idade dos filhos. “Há pais que possuem ajudantes em casa, que podem ficar com as crianças nas férias, ou mesmo mandarem para a casa dos avós. O planejar das férias está diretamente ligado aos recursos de tempo e dinheiro dos pais, familiares e amigos mais próximos. Parar para planejar, isto é, olhar o recurso disponível e decidir como utilizá-lo, automaticamente reduz o impacto negativo no orçamento, além de trazer maior satisfação. Por que não combinar com outros pais, cada dia na casa de um amiguinho? Somos seres sociais por natureza, e estamos nos desacostumando a pedir ajuda e compartilhar. Aí, tudo fica mais custoso”, reflete a consultora, Karoline Cinti.
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