Brasileiros estão entre os que passam mais tempo ao telefone e nas redes sociais. Porém, até que ponto estes hábitos podem ser saudáveis?
Brasileiros estão entre os que passam mais tempo ao telefone e nas redes sociais. Porém, até que ponto estes hábitos podem ser saudáveis?
Os celulares inteligentes – Smartphones – revolucionaram a forma de nos comunicarmos. A instantaneidade é a marca dos diálogos mediados por essa tecnologia. Mensagens com áudio, fotos e vídeos, trocadas em segundos com pessoas do mundo todo, parece ter deixado os usuários dessa ferramenta dependentes e impacientes.
Impacientes, pois não se pode ouvir o toque, que representa a chegada de uma mensagem dos aplicativos ou redes sociais, que logo param o que estiverem fazendo para ler e responder.
Uma pesquisa promovida pelo Institututo Brasileiro de Opinião Publica (IBOPE) em parceria com o Instituto Conecta e a Wordwide Independent Network Research (WIN), mostrou que os brasileiros ficam em média 84 minutos por dia no celular, representando 10 minutos a mais que a média mundial.
E os brasileiros não estão no pódio à toa. Eles aparecem na liderança quando o assunto é rede social. O uso das redes de relacionamento por brasileiros sempre rendeu pesquisas e estudos que apontam esse usuário como um dos mais ativos, fazendo com que os criadores das ferramentas busquem modificar e melhorar cada vez mais a experiência de utilização das redes para esse público.
Smartphones como protagonistas
A necessidade de ver e ser visto, criada pela utilização das redes sociais, também mudou o cenário das relações pessoais. Nos momentos de confraternização, o que encontramos são os Smartphones como protagonistas.
A empresária Denise Resende, proprietária do Bar e Restaurante Quintal da Dê – ‘Sabor e Música’, conta que presencia diariamente grupos de amigos reunidos para o happy hour, em que o celular está na mão de todos ou quase todos.
Antenada no que acontece no setor, ela relembra o caso de um tradicional restaurante de Nova Iorque que avaliou o uso dos celulares no estabelecimento.
“A direção deste restaurante começou a receber reclamações por demora no atendimento, filas de espera na porta, e resolveu contratar uma consultoria para entender a questão, já que os procedimentos da casa eram os mesmos de sempre. Chegaram a conclusão de que o uso excessivo do celular estava fazendo com que os clientes demorassem mais a fazer seus pedidos, a degustar os pratos, gerando às vezes necessidade de re-esquentá-los, além das indesejáveis filas na porta”, resume.
Mas como tudo na vida tem dois lados, Denise também adora as redes sociais e faz de sua página do Facebook uma das principais ferramentas de comunicação do Quintal da Dê. “Acabamos de ultrapassar cinco mil curtidas. Nossa página é linda, cheia de informação sobre nossas atrações musicais, receitas, belas fotos de pratos e muita interação com nosso público”, conta a empresária, responsável por um dos empreendimentos de maior sucesso em Uberlândia.
Neste mesmo dia, em que conversamos com a emrpesária, avistamos em seu restaurante uma mesa de amigos e familiares reunidos para comemorar um aniversário e a aprovação no vestibular de Pedro Arthur (21 anos).
Fomos até lá falar com eles e, para a mãe do jovem estudante, Márcia Macedo (45 anos), o uso da internet e aplicativos como Whatsapp podem aproximar e afastar pessoas ao mesmo tempo. “Estou com meus filhos comemorando, mas ao invés de estar conversando com eles, estou conversando com que não está aqui”, conta Márcia.
O marido dela, Julierme Eduardo (38 anos), quando indagado sobre o assunto acredita que a sua família utiliza os celulares de maneira positiva, aproveitando a facilidade e praticidade para manter contato com velhos amigos. “Acredito que somos controlados”, comentou.
Desconectar-se também é importante…
Na opinião do psicólogo, Leonardo Abrahão, o uso dos Smartphones de forma equilibrada não acarreta problemas à vida pessoal e social das pessoas, mas quando este uso torna-se um vício ou um comportamento inadequado perante as exigências e circunstâncias da vida, aí sim pode ser um problema. “Uma pessoa que não consegue ficar sem ler ou responder a uma mensagem enquanto dirige coloca a sua vida e a vida de outras pessoas em risco”, exemplifica.
Para Abrahão, é preciso ter consciência de que esse tipo de aparelho possui grande capacidade de prender nossa atenção para além do que é tolerável, aceitável ou saudável. “Investir em conversas presenciais, desligar o aparelho quando em circunstâncias especiais pode auxiliar a adequar o seu uso no cotidiano sem prejuízos pessoais”, aconselha o psicólogo.
Leave a Comment
Your email address will not be published. Required fields are marked with *